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Mostrando postagens de 2011

CANTATA

Meu amor você bem podia compor uma sinfonia pra mim Você toca e canta e eu num canto te toco e te canto te encanto no canto num toque... O que você acha ? cantaria ...cantoria?...

Véspera

Preciso escrever a última linha antes da morte do poeta Sei que vou morrer amanhã…mas não chorem…o choro não é mote pra poesia. Profusão literária ou fusão proletária ? Morrer mais que dor, a saudade Morte não de tristeza, mas de alegria da vida… Morrer de tédio da falta de piadas Morrer de angústia com o fim do humor Morrer de estresse por falta de tempo Morrer de viver enquanto é lento… na véspera linhas mal traçadas em busca da espera…

Manutenção em Curso

Manutenção  (Mano, tensão em curso !) Antes da aula Nós éramos assim Analfabetos políticos Confusos, tímidos. Livramo-nos do mal, Abrimos os olhos, a mente, Urramos, cantamos… Demos um basta ! Irrompemos do breu Alardeamos bandeiras, Construímos castelos Obstruímos barreiras, Separando o joio do trigo. Tateamos sonhos, Algumas idéias, defendemos ideais, organizamos, buscamos… Nada que não soubéssemos Apenas fizemos aquilo que Sabíamos e não sabíamos Capazes…aptos…seguros… Independente de tudo, hoje Mostramos que é possível Explorarmos conflitos, Nossos medos, Temores, dificuldades… Onde quer que estejam. (em homenagem ao Dia dos Professore(a)s)

Paisagem na Janela

Pipa laranja no céu da favela corre o menino atrás dela... Nela voam seus sonhos em cima de suas asas entre suas franjas a expectativa de vida melhor longe dos trilhos além do morro aquém das armas longe do corre do córrego do lixo. Mais colorida é a vida que a pipa carrega na brincadeira do menino de alçar vôo da favela…

Im completo In constante

todo ser solidário tem um quê de solitário todo ser humano tem um ser humanitário toda dívida exposta carrega uma dúvida imposta toda alma impura traz uma calma implícita toda cena encena uma centena de possibilidade de sensações…

Um Dia de Azar Pra Ser Esquecido

Foi um dia que ao sair de casa pela manhã, pra variar atrasado, já havia começado o dia mal, fui tomar banho e estava faltando agua desde a madrugada, ia demorar pra voltar deixei pra lá, fui tomar café e o pó havia acabado tive que tomar um copo d’água e sai com a cabeça a mil, pensando nas contas que teria que pagar, bati a porta que fecha por dentro e não percebi que havia esquecido a chave, pra ajudar estava chovendo…mesmo assim eu fui. Ao chegar no primeiro cliente, contando em receber um pedido atrasado o dono da loja não estava, fiquei na mão, depois fui em outro que não tinha interesse em comprar nada naquele dia, depois outro e outros e nada, finalmente depois de andar por Santo Amaro, Liberdade, Perus e Freguesia (só lugar perto um do outro) finalmente cheguei a Cachoeirinha e no Largo do Japonês ao atravessar a rua escorreguei em uma tampa de plástico que no meio da água da chuva virou um sabão e me estatelei como um dançarino russo uma perna para

Entrevista com o Poeta

(Play) Reporter – Poeta, você sempre teve uma estrela boa ? Poeta – Sim…! Rep. – E a que se deve o fato de você ter andado em baixa ultimamente ? P. – Todas as vezes que eu dividi minha estrela  com alguém a minha luz se apagou e eu não tive com o que me guiar, e além disso o “ter andado em baixa” se deve ao pouco uso do alfabeto, ao descaso do analfabeto e a intransigência das palavras em reinventar o dicionário… Rep. – E porquê ? P. – Pelo fato do poeta ter como caminho a prostituição, e como sina a solidão; além de estar totalmente desacreditado que a poesia o leve a algum lugar… há muito que o dom de criar do mundo se acabou, e as pessoas se preocupam em recriar, copiar ou relembrar aquilo que não sabem mais como fazer… mas não é o mundo que adoeceu, e sim a vontade individual do “querer” que adormeceu para sempre no interior de cada um, e por isso nos limitamos a entrevistar personagens, mitos e personalidades com perguntas óbvias, comportadas, medíocres e objetiva

Coisificando

A mesma mão que amassa é a mão que amacia A mesma dor que mata é a dor que alivia Na baixa do sapateiro desce o santo do Zapatero Em cubas tumores se acumulam, em Cuba Fidel renuncia No sul tchê se anuncia na ilha Che silencia A menina que passa na esquina é a mesma que fica na retina dos olhos A memória ram do computador não supera a memória da rã do interior Cachimbos de crack sob o viaduto Maria Paula são diferentes de odores e aromas de cachimbos na Vila Buarque No dia do professor atores incultos professam saberes ocultos em sua erudição No segundo turno elegem-se jogadores do primeiro tempo Esfomeados na praça da Sé não diferem de advogados com pressa na praça João Mendes não mentem omitem sempre O que não foi feito será dito refeito em versos revistos em palavras que deveras sente…

AUTO RETRATO E RADIOGRAFIA DO EU MESMO

Quando olho no espelho, tenho alguns anos a mais do que eu pareço ter e alguns anos a menos do que eu realmente tenho. Atualmente tenho quarenta e cinco, mas também tenho vinte, tenho sete, tenho trinta e tantos outros que já vivi; mas também posso ter setenta, somadas todas as horas de aprendizado e experiência. Quando olho no espelho vejo o homem que já foi um dia e o que virá a ser: criança, velho, mulher, planta, inseto, índio, oriental, negro, apressado, zen… Quando acesso a minha memória “rã”, retiro sapos, cobras e lagartos do meu passado, mas também deleto lembranças tristes, pensamentos maldosos, inveja, dor, ressentimentos… Procuro salvar arquivos da minha história, do meu país e do mundo para não perder as referências do meu passado, para que eu possa apre(e)nder no futuro, organizo as pastas da memória com todos os livros  já lidos e escritos pela minha letra ininteligível e aqueles que ainda irei ler e redigir; com as emoções sentidas e experimentadas nos

VERSOS QUE MACULAM O VERBO

Poetas escrevem reto sobre folhas planas seus caminhos tortos Poetas imprimem mancham sobre folhas alvas seus escritos de sangue Poetas deliram febris sobre folhas descartáveis suas angústias plenas Poetas sorriem esperança sobre folhas mortas suas vidas vagas Poetas sonham acordado sobre folhas mudas expectativas Poetas desenham cores sobre folhas virgens suas meias verdades Poetas recriam seres sobre folhas impuras fantasmas e fantasias Poetas imitam estórias sobre folhas abertas segredos sombrios… Poetas de longe monges beneditinos meditam orações gregorianas Poetas de perto políticos expertos conchavam acordos na penumbra Poetas daqui indigentes do mandaqui inventam conquistas quixotescas Sobre folhas poetas se expressam Sob folhas poetas se escondem…

Caixa Postal Platônica

então ? tá combinado é preciso que a gente se encontre é preciso que a gente se fale é preciso que a gente se beije é preciso que a gente se deixe então tá ! falar tudo que não foi dito sussurrado, gritado descrito deixar pra trás o que não foi feito deixar pro futuro o que deve ser  refeito beijar o último beijo e o primeiro de muitos que podem ser esquecidos recriados revividos com a última queixa a última deixa então tá… combinamos assim sem ter sido

REFLEXÂO AO LARGO DO DIA ESTREITO

TEM DIAS QUE EU ACORDO POETA E NOITES EM QUE SOU JORNALISTA TARDES LONGAS EM QUE SOU CRÍTICO SEMANAS INTERCALADAS ONDE ME TORNO PRÁTICO MESES INTERMINÁVEIS EM QUE ESTOU CÉTICO AS VEZES ATUO EM OUTRAS  ME ATURO MUITAS VEZES EU DANÇO ESCORREGO VEJO ME LEVANTO OUÇO EXISTEM MOMENTOS QUE SOU ÉTICO OUTROS PROFANO NEM SEMPRE EU BRIGO QUASE SEMPRE  EU GANHO OU APANHO AS VEZES  EU RIO RIO LARGO RIO LONGE EXISTEM  HORAS QUE EU SONHO MAS  QUASE SEMPRE REALIZO MITOS…FLORES…PROJETOS…SERES  E  REALIDADES

Sobre Artistas e Ídolos

O que difere um artista de um ídolo ? ídolos são criados, produzidos, inventados, maquiados a imagem e semelhança do criador ou do monstro que os criou artistas são gerados,  são nascidos, evoluidos, são crescidos nos ventres de mães que não os pariu ídolos são reluzentes, são automáticos, tem belos dentes, num dia aparecem, no outro se esquece, são todos iguais artistas se escondem, nem sempre se encontra, não gostam de espelho, são diferentes na indiferença, são únicos e raros ídolos sobrevivem em bandos artistas andam sozinhos na corda bamba ídolos imitam, repetem artistas encantam, subvertem ídolos aparecem nos outdores nas capas de cadernos nos papéis de parede dos celulares nos programas dominicais da televisão artistas se fazem nas mesas de bares no escuro dos becos invadem sua mente e o seu coração ídolos são como papel higiênico, alguns se reciclam, mas não perdem as manchas e tem o mesmo destino artistas são como a tela pintada a óleo que se desvenda aos poucos em