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Mostrando postagens de agosto, 2011

Entrevista com o Poeta

(Play) Reporter – Poeta, você sempre teve uma estrela boa ? Poeta – Sim…! Rep. – E a que se deve o fato de você ter andado em baixa ultimamente ? P. – Todas as vezes que eu dividi minha estrela  com alguém a minha luz se apagou e eu não tive com o que me guiar, e além disso o “ter andado em baixa” se deve ao pouco uso do alfabeto, ao descaso do analfabeto e a intransigência das palavras em reinventar o dicionário… Rep. – E porquê ? P. – Pelo fato do poeta ter como caminho a prostituição, e como sina a solidão; além de estar totalmente desacreditado que a poesia o leve a algum lugar… há muito que o dom de criar do mundo se acabou, e as pessoas se preocupam em recriar, copiar ou relembrar aquilo que não sabem mais como fazer… mas não é o mundo que adoeceu, e sim a vontade individual do “querer” que adormeceu para sempre no interior de cada um, e por isso nos limitamos a entrevistar personagens, mitos e personalidades com perguntas óbvias, comportadas, medíocres e objetiva

Coisificando

A mesma mão que amassa é a mão que amacia A mesma dor que mata é a dor que alivia Na baixa do sapateiro desce o santo do Zapatero Em cubas tumores se acumulam, em Cuba Fidel renuncia No sul tchê se anuncia na ilha Che silencia A menina que passa na esquina é a mesma que fica na retina dos olhos A memória ram do computador não supera a memória da rã do interior Cachimbos de crack sob o viaduto Maria Paula são diferentes de odores e aromas de cachimbos na Vila Buarque No dia do professor atores incultos professam saberes ocultos em sua erudição No segundo turno elegem-se jogadores do primeiro tempo Esfomeados na praça da Sé não diferem de advogados com pressa na praça João Mendes não mentem omitem sempre O que não foi feito será dito refeito em versos revistos em palavras que deveras sente…

AUTO RETRATO E RADIOGRAFIA DO EU MESMO

Quando olho no espelho, tenho alguns anos a mais do que eu pareço ter e alguns anos a menos do que eu realmente tenho. Atualmente tenho quarenta e cinco, mas também tenho vinte, tenho sete, tenho trinta e tantos outros que já vivi; mas também posso ter setenta, somadas todas as horas de aprendizado e experiência. Quando olho no espelho vejo o homem que já foi um dia e o que virá a ser: criança, velho, mulher, planta, inseto, índio, oriental, negro, apressado, zen… Quando acesso a minha memória “rã”, retiro sapos, cobras e lagartos do meu passado, mas também deleto lembranças tristes, pensamentos maldosos, inveja, dor, ressentimentos… Procuro salvar arquivos da minha história, do meu país e do mundo para não perder as referências do meu passado, para que eu possa apre(e)nder no futuro, organizo as pastas da memória com todos os livros  já lidos e escritos pela minha letra ininteligível e aqueles que ainda irei ler e redigir; com as emoções sentidas e experimentadas nos