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CLEIDE




Aves sobrevoam a minha cabeça
Rasante
A minha mente comprimida
No adeus da partida
- Será que um dia elas voltam ?
A tarde/penumbra cai na lembrança
Um sorriso, o entusiasmo
Um jeito especial de falar…
Choro !
- Será que um dia ela volta ?
As almas puras, lúcidas
Não ressuscitam
As almas gêmeas minhas
Apenas ficam
Aves imigram pra bem longe daqui
Fotografia que esqueço
Um canto triste que faço
Comigo no escuro
Rabisco no papel
(Matéria prima da minha existência)
Algumas linhas apenas
Poema ?
A vida foi queimada
Restaram cinzas
Que já não mais se acendem
As aves perdem-se no horizonte
O sol se esconde
Os parcos raios
Alimentam minha esperança
- Será que um dia eu esqueço ?
Grito seu nome
E ninguém responde
Chamo por elas
Já não mais são vistas
- Um último adeus
as aves que voam…

(este poema é dedicado a uma grande amiga, incentivadora da literatura independente, grande poeta e ativa defensora da ecologia: Cleide Veronesi, falecida em 31 de Maio de 1987)

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